Análise do Filme: Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)

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Direção: Alejandro González Iñárritu
Gênero: Comédia, Drama
Duração: 1h59min
Ano: 2014
Classificação Indicativa: 

Avaliação do Filme:  

Sinopse: No passado, Riggan Thomson (Michael Keaton) fez muito sucesso interpretando o Birdman, um super-herói que se tornou um ícone cultural. Entretanto, desde que se recusou a estrelar o quarto filme com o personagem sua carreira começou a decair. Em busca da fama perdida e também do reconhecimento como ator, ele decide dirigir, roteirizar e estrelar a adaptação de um texto consagrado para a Broadway. Entretanto, em meio aos ensaios com o elenco formado por Mike Shiner (Edward Norton), Lesley (Naomi Watts) e Laura (Andrea Riseborough), Riggan precisa lidar com seu agente Brandon (Zach Galifianakis) e ainda uma estranha voz que insiste em permanecer em sua mente. Assista o trailer


Desde o início do filme podemos ver que Riggan Thomson não é um humano comum. Ele aparece meditando em seu camarim, o que seria normal, se ele não estivesse flutuando. Sua concentração é interrompida quando sua filha Sam (Emma Stone) o chama através do Skype. Fica claro que ela tem sérios problemas com o pai, e este se mostra paciente até então. Finalmente é chamado para entrar em cena, veste suas roupas e caminha pelos corredores em direção ao palco.

Um dos pontos fortes do filme é a câmera contínua, que segue os personagens freneticamente, dando a impressão de que todo o filme foi gravado de uma só vez. Se passando nos corredores, camarins e arredores da Broadway, este formato combinou bem com o decorrer da história, deixando o filme bonito de se ver.

Ao chegar no palco, Riggan entra em cena, insatisfeito com a atuação de Ralph (Jeremy Shamos), que sofre um acidente e precisa ser imediatamente substituído. Brandon e Riggan discutem alguns nomes, e é aqui que começa a principal crítica do filme.

Citando alguns nomes que estão trabalhando em filmes de super-heróis ou franquias de sucesso, o filme começa a tropeçar nos próprios pés, tentando enfatizar a verdadeira arte. Aparentemente, Iñárritu achou que o conceito de arte deveria ser repensado, mas isso foi representado em Birdman de forma superficial e muitas vezes equivocada.

Já de volta em seu camarim, Riggan é alertado por Brandon que Ralph vai processá-los pelo acidente. Surge então Birdman, ou pelo menos a sua voz, na mente de Riggan, xingando e desdenhando um certo ator, de uma certa franquia de sucesso que rendeu alguns bilhões de dólares. E mais uma vez o conceito de arte e cultura é discutido numa coletiva entre Riggan e a imprensa, introduzindo mais um assunto de forma equivocada: a influência das redes sociais na carreira do ator.

Mike Shiner é o ator que substitui Ralph, e de cara questiona os métodos que Riggan usa em sua peça. Porém Riggan precisa trabalhar com ele, já que a pré-estreia será no dia seguinte e todos os ingressos foram vendidos. A partir daí, a história se desenrola de forma cansativa, com diálogos fracos cheios de palavrões e bobagens. Mas o mistério sobre os poderes de Riggan são a maior decepção do filme.

Por trás de sua “arte”, Iñárritu dá uma cutucada nos gêneros de outros filmes que cresceram e ganharam espaço nas telas e no interesse do público. Porém, cada filme tem sua história para contar, e cada gênero se encaixa em cada uma delas, a cultura é feita disso, e não existe gênero melhor ou pior. O que existe as vezes é esta inesperada virtude da ignorância que tenta provar o contrário.

Com uma trilha sonora que é um solo de bateria infinito, Birdman é um filme superestimado que teve injustas indicações ao Oscar 2015. Recomendado para quem não gosta dos bons filmes atuais de ação e super-heróis, e para quem quer ver meia hora de closes da cara do Michael Keaton.

Fonte da imagem: Adoro Cinema

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